domingo, 23 de janeiro de 2011

O Nosso Papel ante as Revelações




“Um dia, Deus, na sua caridade inesgotável, permitiu ao homem ver a verdade dissipar as trevas; esse dia foi o advento do Cristo.”1

Deus sempre permitiu que a Verdade fosse revelada aos homens conforme a nossa capacidade de entendê-la. Nunca faltou à humanidade a misericórdia de Deus nos fornecendo os meios para que pudéssemos avançar, mas cobrimos as Verdades Divinas com o pano grosso de nossa ignorância e de nossos interesses mundanos entravando assim não apenas o nosso progresso, mas o de toda a humanidade.

Moisés revelou traços da Verdade Divina com as cores que o povo de sua época podia compreender, mas com o tempo perdeu-se a essência dessas Verdades restando apenas fórmulas e rituais exteriores que nada diziam ao coração. Nesse contexto Deus nos deu a maior prova de seu amor que foi a vinda de Jesus ao mundo dissipando as trevas e revelando mais uma vez e mais completamente as Verdades Eternas. Jesus mais que Moisés ensinou com autoridade, pois ensinou através do exemplo o qual nos convidava incessantemente a praticar dentro das possibilidades de cada um fazendo aos outros o que gostaríamos que nos fosse feito, mas nós mais uma vez desvirtuamos esse tratado de vida que é o Evangelho transformando-o em um amontoado de dogmas e rituais vazios, em fonte de guerras e intolerância, de interesses mundanos e medo, transformando a relação do homem com Deus em uma troca de favores mundanos onde não se busca mais o Reino dos Céus dentro de nós como nos disse Jesus.

O Espiritismo vem à seu tempo cumprir a promessa de Jesus restabelecendo a pureza de seus ensinamentos, evitando os debates sobre os pontos controversos e que nada acrescentam ao ser humano e adotando a sua moral límpida, cristalina e sempre atual que é a bandeira onde todos podem se abrigar, pois é o ponto em que não existem divergências segundo Kardec2. Mais uma vez Deus envia à humanidade uma oportunidade de crescimento, mais uma parcela de luz para dissipar as trevas e nos livrar da cegueira em que permanecemos por vontade própria e o que faremos com esta revelação? Cabe a nós decidir se por fim iremos crescer e finalmente sermos cristais que ajudem a refletir essa luz ao nosso redor ou se nos esconderemos nas últimas sombras onde mais cedo ou mais tarde a luz nos encontrará novamente. A Verdade é revelada em parcelas conforme a capacidade de entendimento da humanidade, mas o que fazemos com ela é papel nosso decidir.

A cada Revelação Deus nos renova o convite para o banquete da Verdade, único abrigo onde existe a verdadeira liberdade e assim a vida plena, a vida em abundância que Jesus nos trouxe, que nós malbaratamos, mas que o Espiritismo nos devolve como um novo chamado do Senhor a todos nós que nos demoramos nos labirintos do erro por conta das trevas em que por tanto tempo nos perdemos por livre e espontânea vontade. Aceitemos esse convite e cumpramos em nós o nosso glorioso destino de filhos de Deus que é a felicidade eterna.


Referências: 
1. Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. IDE, 2010. Cap. 1, Item 10. 
2. _____, _____. Introdução, Parte 1 - "Objetivo desta Obra".