domingo, 29 de janeiro de 2012

Reflexões sobre a caridade

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Antes de tudo, quero pedir licença aos leitores do Blog 3ª Revelação para nesse assunto colocar uma opinião pessoal minha, por esse motivo o conteúdo deste post é de minha inteira responsabilidade e não reflete, necessariamente, a opinião da Doutrina Espírita.

Penso ser relevante divulgar essa reflexão, pois vejo que é muito comum as pessoas se confundirem sobre o que é caridade e como praticá-la. Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo” Allan Kardec define, didaticamente, a caridade em moral e material. A primeira compreende, em resumo, a vivência da moral ensinada por Jesus, ou seja, amar os inimigos, honrar pai e mãe, fazer aos outros o que desejamos que nos seja feito. A caridade material se restringe à beneficência e por isso, como muito bem percebeu Kardec, é a mais fácil de fazer e ainda assim, normalmente, é feita de forma equivocada.

A reflexão que fiz me levou a conclusão, óbvia pra mim, de que toda caridade bem feita, inclusive a chamada caridade material, é antes de tudo caridade moral. Vejamos o motivo: a caridade material, quando feita da forma ideal, é uma consequência inevitável da caridade moral. Podemos colocar um exemplo simples:

Estamos em um restaurante com nossa família e alguém se aproxima e nos pede comida. Se nos colocarmos no lugar dessa pessoa e imaginarmos o que gostaríamos que nos fizessem na mesma situação com certeza isso geraria um sentimento de empatia e piedade que automaticamente nos levaria a dar a ajuda pedida.

Através do exemplo vemos que a caridade moral, quando bem compreendida e feita, leva-nos automaticamente à caridade material, ou seja, o ato ou a ajuda material nada mais é do que uma ação decorrente da caridade moral. A dificuldade da questão está em se fazer a reflexão moral que nos leva a ação, pois o mais comum é darmos a esmola, a comida ou outra coisa apenas com o intuito de nos "livrarmos" da pessoa ou da situação, então nesse caso não existe nem caridade moral nem consequentemente caridade material.

O mesmo princípio nós encontramos na fala de alguns que dizem que como a caridade moral é difícil de fazer eles estão se “exercitando” na material, mas conforme a reflexão que fiz temos das duas uma: ou eles estão fazendo a caridade moral e material juntas e não sabem, ou não estão fazendo nenhuma e ficam se iludindo, pois só existirá verdadeira caridade material quando esta for consequência da caridade moral, já que a caridade moral pode existir sem a caridade material, mas a caridade material sem a caridade moral não é caridade.

Vamos refletir sobre isso? Que tipo de caridade estamos fazendo?

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Qualidades da Prece

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O ano de 2012 está começando e passado o final de 2011 muita gente ainda faz planos para o ano que se inicia e dentro dos planos inúmeras preces são feitas a Deus para ajudar na realização desses sonhos, mas como podemos medir a qualidade de nossas preces? Estamos pedindo algo útil ou fútil?

Kardec em "O Evangelho Segundo o Espiritismo" dedicou um capítulo inteiro sobre a prece e iniciou este exatamente por um texto chamado "Qualidades da Prece" onde através dos ensinamentos de Jesus Kardec nos mostra quais as principais qualidades da prece.

Jesus nos deixou inúmeros ensinamentos quanto a prece entre eles podemos destacar:

Quando orardes, não vos assemelheis aos hipócritas, que, afetadamente, oram de pé nas sinagogas e nos cantos das ruas para serem vistos pelos homens. – Digo-vos, em verdade, que eles já receberam sua recompensa. – Quando quiserdes orar, entrai para o vosso quarto e, fechada a porta, orai a vosso Pai em secreto; e vosso Pai, que vê o que se passa em secreto, vos dará a recompensa. Não cuideis de pedir muito nas vossas preces, como fazem os pagãos, os quais imaginam que pela multiplicidade das palavras é que serão atendidos. Não vós torneis semelhantes a eles, porque vosso Pai sabe do que é que tendes necessidade, antes que lho peçais. (MATEUS, 6:5 a 8.)
Quando vos aprestardes para orar, se tiverdes qualquer coisa contra alguém, perdoai-lhe, a fim de que vosso Pai, que está nos céus, também vos perdoe os vossos pecados. – Se não perdoardes, vosso Pai, que está nos ceús, também não vos perdoará os pecados. (MARCOS, 11:25 e 26.)
Também disse esta parábola a alguns que punham a sua confiança em si mesmos, como sendo justos, e desprezavam os outros: Dois homens subiram ao templo para orar; um era fariseu, publicano o outro. – O fariseu, conservando- se de pé, orava assim, consigo mesmo: Meu Deus, rendo-vos graças por não ser como os outros homens, que são ladrões, injustos e adúlteros, nem mesmo como esse publicano. Jejuo duas vezes na semana; dou o dízimo de tudo o que possuo.
O publicano, ao contrário, conservando-se afastado, não ousava, sequer, erguer os olhos ao céu; mas, batia no peito, dizendo: Meu Deus, tem piedade de mim, que sou um pecador. Declaro-vos que este voltou para a sua casa, justificado, e o outro não; porquanto, aquele que se eleva será rebaixado e aquele que se humilha será elevado. (LUCAS, 18:9 a 14.)
Com base nestes ensinamentos Kardec destaca que a prece deve ter as seguintes qualidades:
  • Não se por em evidência ao orar, mas fazer a prece em segredo. Esse ensinamento corrobora com aquele que manda a mão esquerda não saber o que dá a direita;
  • Não achar que por orar muito a prece terá mais efeito, o efeito está na sinceridade do pensamento e não na quantidade ou beleza das palavras;
  • Antes da oração se tiver algo contra alguém perdoe primeiro, pois a prece é mais forte quando parte de um coração puro;
  • Orar com humildade não apenas em relação a Deus mais também ao próximo.
Assim nos ensinou Jesus e nos explicou Kardec, e nós estamos orando direito? Fica a reflexão para o início do ano.